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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

EDUCAÇÃO: PODEMOS FAZER A DIFERENÇA!

  1.  
  2. A professora Teresa conta que no seu primeiro dia de aula parou em frente aos seus alunos da 5ª série primária e, como todos os demais professores, lhes disse que gostava de todos por igual. 
  3. No entanto, ela sabia que isto era quase impossível, já que na primeira fila estava sentado um garoto chamado Ricardo.
  4. Ela, aos poucos, notava que ele não se dava bem com os colegas de classe e muitas vezes suas roupas estavam sujas e cheiravam mal. Houve até momentos em que ela sentia um certo prazer em lhe dar notas vermelhas ao corrigir suas provas e trabalhos.
  5. Ao iniciar o ano letivo, era solicitado a cada professor que lesse com atenção a ficha escolar dos alunos, para tomar conhecimento das anotações. Ela deixou a ficha de Ricardo por último. Mas quando a leu foi grande a sua surpresa...
  6. Ficha do 1º ano: “ Ricardo é um menino brilhante e simpático. Seus trabalhos sempre estão em ordem e muito nítidos. Tem bons modos e é muito agradável estar perto dele.”
  7. Ficha do 2º ano: “ Ricardo é um aluno excelente e muito querido por seus colegas, mas tem estado preocupado com sua mãe que está com uma doença grave e desenganada pelos médicos. A vida em seu lar deve estar sendo muito difícil.”
  8. Ficha do 3º ano: “ A morte de sua mãe foi um golpe muito duro para Ricardo. Ele procura fazer o melhor, mas seu pai não tem nenhum interesse e logo sua vida será prejudicada se ninguém tomar providências para ajudá-lo.”
  9. Ficha do 4º ano: “ Ricardo anda muito distraído e não mostra interesse algum pelos estudos. Tem poucos amigos e muitas vezes dorme na sala de aula.”
  10. Ela se deu conta do problema e ficou terrivelmente envergonhada... E ficou pior quando se lembrou dos lindos presentes de Natal que ela recebera dos alunos, com papéis coloridos, exceto o de Ricardo, que estava enrolado num papel de supermercado.
  11. Lembrou que abriu o pacote com tristeza, enquanto os outros garotos riam ao ver que era uma pulseira faltando algumas pedras e um vidro de perfume pela metade.
  12. Apesar das piadas ela disse que o presente era precioso e pôs a pulseira no braço e um pouco de perfume sobre a mão.
  13. Naquela ocasião Ricardo ficou um pouco mais de tempo na escola do que o de costume. Relembrou, ainda, que ele lhe disse: - A senhora está cheirosa como minha mãe!
  14. E, naquele dia, depois que todos se foram, a professora chorou por longo tempo... Em seguida, decidiu mudar sua maneira de ensinar e passou a dar mais atenção aos seus alunos, especialmente a Ricardo.
  15. Com o passar do tempo ela notou que o garoto só melhorava. E quanto mais ela lhe dava carinho e atenção, mais ele se animava. Ao finalizar o ano letivo, Ricardo saiu como o melhor da classe.
  16. Seis anos depois, recebeu uma carta de Ricardo contando que havia concluído o segundo grau e que ela continuava sendo a melhor professora que tivera.
  17. As notícias se repetiram até que um dia ela recebeu uma carta assinada pelo Dr. Ricardo Stoddard, seu antigo aluno, mais conhecido como Ricardo. Mas a história não terminou aqui...
  18. Tempos depois recebeu o convite de casamento e a notificação do falecimento do pai de Ricardo. Ela aceitou o convite e no dia do casamento estava usando a pulseira que ganhou de Ricardo anos antes, e também o perfume.
  19. Quando os dois se encontraram, abraçaram-se por longo tempo e Ricardo lhe disse ao ouvido: “ Obrigado por acreditar em mim e me fazer sentir importante, demonstrando-me que posso fazer a diferença.”
  20. E com os olhos banhados em lágrimas sussurrou: “ Engano seu! Depois que o conheci aprendi a lecionar e a ouvir os apelos silenciosos que ecoam na alma do educando.
  21. Mais do que avaliar as provas e dar notas, o importante é ensinar com amor mostrando que sempre é possível fazer a diferença...” (Autor Desconhecido)
  22. Afinal, o que realmente faz a diferença?
  23. É o fazer acontecer a solidariedade, a compreensão, a ajuda mútua e o amor entre as pessoas... O resto vem por acréscimo... É este o segredo do Evangelho. Tudo depende da Pedagogia do Amor .
  24. "Ensina a criança o caminho que deve andar, e, ainda, quando for velho, não se desviará dele."
  25. “ Nisto todos saberão que sois meus discípulos: Se vos amardes uns aos outros como eu vos amei” (Jo 13, 34-35)

Literatura Infantil

       Quem de nós que já passamos pelo período da infância e não temos aquela história preferida? Aquela que de tanto você ter lido já conhece a história do inicio ao fim ?
       Pois bem a literatura infantil tem esse lado marcante na mémoria de muita gente grande, mas é através dela que a criança pode ter o desenvolvimento e conhecimento de mundo mais amplo pelo simples ato de ouvir um história ou reconta-lá com suas própria palavras, seja por meio de desenho, fantoche ou até mesmo reescrita. É nisso onde se encontra o papel do educador motivar o aluno a leitura. Motivar de que forma? você que está lendo pode pensar.
      A motivação deve ser algo que o professor tem que externa aos alunos, nas suas atitudes, com um simples olhar de amor com o pequeno, na forma como faz a leitura com bastante empolgação, fazendo a criança ter interesse pela a história, pode também variar a entonação de voz dos personagens.
      Caso você ainda não tenha dominio em contar histórias fica dica treine em casa. Pois é errando em que se aprende, por que ninguem nesse mundo nasce sabendo de tudo.

Paz e Bem
Danielly Cristina,


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PEDAGOGIA CONTEMPORÂNEA


  • Joselita Marques Santos
Resumo: Este artigo pretende apresentar algumas reflexões sobre a pedagogia nos dias atuais. Tomando como base a própria historicidade dessa ciência, ele abordará as contribuições quesignificativos pensadores e suas idéias legaram à concepção de prática educativa, e a repercussão que essas práticas tiveram no decorrer do tempo.
    Palavras-chave: teoria, história, contemporâneo, pedagogia.
A prática pedagógica é resultante de uma longa história, tão velha quanto à própria humanidade. Não se pode datar quando teve início, mas se pode presumir que provavelmente tem suas raízes nas histórias contadas de pai para filho ou pelos mais experientes há muito tempo, em rodas de conversas dentro das comunidades.
     O conceito de pedagogia tal qual concebemos hoje, enquanto saber constituído a partir de elaborações práticas e abstratas, só foi construído com o surgimento da escrita. No entanto, os períodos anteriores e os posteriores a este são tão relevantes para entendermos como surgiu e desenvolveu-se o pensamento pedagógico ao longo da história, que mereceu, da parte de expressivos pesquisadores da educação como Moacir Gadotti, Walter Esteves Garcia, entre outros estudos que são verdadeiros manuais para os cursos de educação.
    O surgimento de teorias educacionais, [...] ocorre, quando há uma certa insatisfação com relação ao presente e um estado latente de crise ronda todos os horizontes dos educadores. Pressionados entre as necessidades de responder aos desafios da realidade : e, às vezes, não encontrando como superá-los : e as exigências de transcendência, inerentes ao próprio ato educativo, os educadores lançam-se à formulação de teorias que conciliem as divergências e restabeleçam o equilíbrio humano.[1]
    Embora os estudiosos tenham desenvolvido suas pesquisas com bastante propriedade, não pretenderam apontar uma prática como sendo a ideal no processo de ensino- aprendizagem.
    O que se percebe, na atualidade, é que há uma pluralidade de idéias pedagógicas sendo concomitantemente aplicadas em pesquisas e instituições de ensino. Isso porque muitas idéias pedagógicas modernas têm suas raízes entrelaçadas nas primeiras teorias. Maria Montessori, inspirada no pensamento oriental, mais especificamente em Lao-Tsé, o qual constatou que "o fraco e flexível é mais forte e rígido" ou ainda "que ao sábio não interessa a força", declarou que
    A criança não pode levar uma vida normal no mundo complicado dos adultos. Todavia é evidente que o adulto, com a vigilância contínua, com as admoestações ininterruptas, com suas ordens arbitrárias, perturba e impede o desenvolvimento da criança. Dessa forma, todas as forças positivas que estão prestes a germinar são sufocadas; e a criança conta com uma só coisa: o desejo intenso de livrar-se, o mais rápido que lhe for possível, de tudo e de todos. [2]
Percebemos nessas linhas apenas um pouco daquilo que podemos considerar como mística oriental, pois logicamente Montessori construiu seu próprio conceito de pedagogia ao apresentar para o mundo sua metodologia a qual celebrada com sabedoria e simplicidade.
    A história das idéias pedagógicas foi forjada por relevantes contribuições teóricas que indistintamente alimentou o pensamento atual. Numa breve consideração sobre algumas dessas idéias, poderemos perceber a relevância já comentada.
    Notamos, por exemplo, o quanto os gregos, com seus sábios filósofos Sócrates, Aristóteles e Platão legaram o conhecimento basilar que funda praticamente toda a nossa tradição ocidental. A Grécia se tornou soberana no imaginário cultural e também, especificamente, no pedagógico.
    O legado dos romanos não é menos importante que o dos gregos. Foram aqueles que estabeleceram através do estudo da cultura geral, por eles chamada de humanitas, práticas escolares como o ditado de fragmentos de texto, análise de frases e palavras ou ainda a composição literária.
Na Idade Média, a educação ficou a cargo da Igreja Católica. De acordo com Gadotti, Cristo, com "seus ensinamentos" que se "ligavam essencialmente à vida", torna-se o grande educador e estabelecia, através dos pensadores medievais, uma pedagogia mais concreta a partir de suas parábolas.
Nos períodos que se seguiram, a produção cultural e educacional européia do Renascimento e do Iluminismo abre espaço, bem como a Modernidade através de pensadores como Spinoza e Descartes que combateram os rigores do catolicismo.
    Os pensadores mais contemporâneos como Rosseau, Durkheim ou Gramci apresentaram valiosas contribuições à pedagogia. Esses nomes e outros não menos importantes, como o sueco Jean Piaget, o americano Carl Rogers e brasileiros como Anísio Teixeira, Paulo Freire e Dermeval Saviane, ampliaram ainda mais a galeria dos que tem como paixão a pedagogia.
A soma desses pensares resultou no que hoje chamamos pedagogia contemporânea. As idéias pedagógicas hoje são o que poderíamos denominar de multifárias apresentam traços diversificados de todas as épocas. É importante salientar que não há aqui nenhuma pretensão em sublimar as características impares de cada teoria da educação. Essas idéias não foram desenvolvidas por lampejo. Como bem observou Walter Esteves Garcia,
[...] as questões referentes às teorias educacionais não são tão fáceis como parecem. Alguns preferem atribuir as dificuldades à própria complexidade das "ciências do comportamento", ao formularem teorias que levem em conta os múltiplos fatores que interferem na explicação de algo.[3]
    A pedagogia é a prática mais humana que existe, pois mexe com todo o homem em sua plenitude. Nenhuma prática pôde ser esquecida até hoje, porque conhecimento gera conhecimento. As práticas só podem ser entendidas à luz da ciência.
    É nessa paixão pelo humano que habita, de forma convulsiva, a tensão articulada entre o epistemológico e político, onde se dá o encontro do sonho de um Conhecimento como ferramenta da Liberdade e de um Poder como amálgama da convivência igualitária.[4]
  • Referências bibliográficas:
GARCIA, Walter Esteves. Educação: visão teórica e prática pedagógica. São Paulo. McGraw-Hill do Brasil
Machado, João Luis Almeida. www. Planetaeducação.com.br
CORTELLA, Mário Sérgio. A escola e o conhecimento.: fundamentos epistemológicos e políticos. São Paulo. SP: 1998 (Instituto Paulo Freire,

[1] GARCIA, Walter Esteves. Educação: visão teórica e prática pedagógica. São Paulo. McGraw-Hill do Brasil,p.124.
[2] citação retirada do artigo de João Luis Almeida Machado no portal Planetaeducação
[3] GARCIA, Walter Esteves. op cit p.120.
[4] CORTELLA, Mário Sérgio. A escola e o conhecimento.: fundamentos epistemológicos e políticos. São Paulo. SP: 1998 (Instituto Paulo Freire, p.159.

Por: Andréa Santiago

O desafio da Pedagogia Hospitalar

Rejane de S. Fontes*

Para suprir a carência da educação de jovens e crianças hospitalizadas ou em tratamento domiciliar, é que desde 1994 a legislação brasileira garante o atendimento deste público especial. A Pedagogia Hospitalar foi regulamentada pelo MEC em 2002, mas ainda são muitos os obstáculos a serem transpostos pelo profissional deste ramo. Sair da escola e entrar no universo hospitalar é algo novo para educadores, pois exige deles conhecimentos e habilidades. Auxiliar no ensino de crianças e jovens enfermos é muito mais do que explicar conteúdos, tirar dúvidas e avaliar estudantes. O professor no ambiente hospitalar também serve como ponte entre profissionais da saúde, família e crianças, minimizando os traumas da internação, por meio de um ensino emancipador, como nos traz a Supervisora Educacional no Município de São Gonçalo – RJ, Rejane Fontes.
Embora se tenha registros do trabalho educacional realizado em hospitais desde 1931 no Brasil, iniciado na Santa Casa de Misericórdia, em São Paulo, cujos arquivos datam do período de 01/08/1931 a 10/12/1932 (MAZZOTTA, 2005), sua definição na política educacional brasileira só chegou em 1994, com a Política Nacional de Educação Especial. Segundo ela, “Classe Hospitalar é um ambiente hospitalar que possibilita o atendimento educacional de crianças e jovens internados que necessitam de educação especial e que estejam em tratamento hospitalar” (BRASIL, 1994, p. 20). Essa definição, ainda muito próxima do conceito de escolarização, indicava apenas uma transposição das atividades realizadas no espaço escolar para o ambiente hospitalar.
Com o intuito de ampliar esta definição, em 2002, o Ministério da Educação (MEC) publicou o documento basilar para esta modalidade de ensino com o título Classe Hospitalar e Atendimento Pedagógico Domiciliar: estratégias e orientações (BRASIL, 2002). Neste documento, entende-se que o aluno da classe hospitalar é o educando cuja condição clínica interfere em sua permanência ou freqüência escolar de forma temporária ou permanente, necessitando de um acompanhamento educacional durante seu processo de hospitalização.
Contudo, este atendimento pedagógico deverá ser orientado pelo processo de desenvolvimento do educando e construção de conhecimento, exercido de forma integrada aos serviços de saúde. Para tanto, a oferta curricular ou didático-pedagógica deve ser flexibilizada, contribuindo para a promoção de saúde e ao melhor retorno da criança e/ou adolescente aos estudos interrompidos.
Observa-se, assim, que a Pedagogia Hospitalar é um trabalho especializado bastante amplo que não se reduz à escolarização da criança hospitalizada. Ela busca levar a criança a compreender seu cotidiano hospitalar, de forma que esse conhecimento lhe traga um certo conforto emocional. Isso lhe pode ajudar a interagir com o meio de uma forma mais participativa.

Mais do que o profissional, o maior parceiro da criança é a outra criança que está ali dentro, que almoça, acorda e passa pelo sofrimento junto com ela. É papel do professor incentivar essa parceria, essa solidariedade, buscar fazer com que a criança enxergue o outro como alguém semelhante a ela. Isso é um processo educativo que não está atrelado diretamente ao conteúdo curricular. Propõe-se uma atividade comum para que duas crianças escrevam uma historinha. É dessa forma que se vai introduzindo sutilmente uma atividade pedagógica sistematizada num contexto de brincadeira. Se houver um livro didático com o corpo humano, o professor pode mostrar para a criança diabética o que é a insulina e para que serve o pâncreas. Esse conhecimento curricular surge “espontaneamente” e tem uma significação autêntica para a vida da criança. Assim, podemos entender Pedagogia Hospitalar como uma proposta diferenciada da Pedagogia Tradicional, uma vez que se dá em âmbito hospitalar e que busca construir conhecimentos sobre esse novo contexto de aprendizagem que possam contribuir para o bem estar da criança enferma.
Se o período de internação da criança no hospital for quinzenal, o que é bastante comum nos hospitais que possuem enfermaria pediátrica, dificilmente o professor irá desenvolver um trabalho escolarizado do tipo proposto pela Classe Hospitalar em seu sentido estrito de escolarização. Não há tempo para o currículo oficial, enquanto a criança tenta se familiarizar com aquele universo, que é completamente estranho e, muitas vezes, assustador. A sugestão da Pedagogia Hospitalar é a de que o professor trabalhe atividades lúdicas de reconhecimento do espaço, de sua doença e de si própria, durante os primeiros quinze dias de internação da criança, no sentido de tranqüilizá-la acerca do ambiente hospitalar. E caso a criança permaneça hospitalizada por mais tempo, o desejo por atividades mais próximas das do tipo escolar irá aflorar quase espontaneamente no universo hospitalar. Pois, o desejo de aprender engendra o desejo de viver junto à criança doente, que vê na escola e na figura do professor, a referência à infância que foi deixada do lado de fora do hospital.
O brincar deve fazer parte da vida de toda criança e a educação é necessária na vida de cada ser humano, por isso, é fundamental a continuidade do desenvolvimento da criança no ambiente hospitalar, pois mesmo hospitalizada continua sendo criança e precisa ter todas as suas necessidades básicas fundamentais atendidas (FONTES, 2005; FONTES & VASCONCELLOS, 2007; VASCONCELLOS & SARMENTO, 2007).

Nem mesmo os pais, no início, têm clareza do que seja a Pedagogia Hospitalar. Com o desenrolar das atividades, eles passam a vê-la de uma forma terapêutica, não de forma pedagógica. Como não há psicólogo no setor pediátrico de muitos hospitais, acabamos assumindo erroneamente essa função, recebendo os pais que nos procuram para dialogar, desabafar e obter conhecimentos. Os médicos, em geral, dão o diagnóstico, usando palavras de difícil compreensão. Com isso, os pais nos procuram para compreender o diagnóstico apresentado.
E essa pode ser também uma via de entrada do professor no hospital. A atuação se dá, então, não somente junto à criança, mas também junto aos pais. O professor faz a ponte entre o discurso oficial, que é o do médico e o discurso do senso comum, que é o dos pais ou responsáveis pela criança. Quando eles se tranqüilizam em relação à doença do filho, passam isso para a criança, o que ajuda no tratamento da doença. Atuando dessa forma, o professor não está fugindo da sua atuação como professor. Pelo contrário, está ampliando a rede de relações dentro do hospital. Mas, apesar disso, ainda existe uma relação complexa entre os professores e os profissionais da saúde.
Alguns profissionais da área da saúde não valorizam a Pedagogia Hospitalar. É verdade que nos últimos anos houve um progresso incontestável, facilitado pelos profissionais da área de Ciências Humanas, como os da Assistência Social e os da Psicologia. Enfermeiros, médicos e nutricionistas, em geral, vêem professores como recreadores, aqueles que promovem brincadeiras com a criança para “passar” o tempo ou para fazer com que ela não dê trabalho. Durante o desenvolvimento de um acompanhamento pedagógico numa enfermaria pediátrica é comum alguns destes profissionais interromperem a atividade, pegarem a criança pelo braço e retirá-la do espaço para fazer exames ou tomar medicação. Muitas vezes, essas ações poderiam esperar por não terem uma hora marcada. A criança sai chorando. Hoje isso acontece com menos freqüência e os profissionais da saúde já perguntam: “Professora, posso tirar fulano?”. Conversando, convencemos a criança, dizendo: “Eu espero você voltar, pode ir lá tranqüilo”. Assim, a criança sai sem chorar.

Como professor, é fundamental que não deixemos que nossa identidade se perca no espaço hospitalar. O professor precisa ser um pesquisador da sua prática, principalmente na Pedagogia Hospitalar, onde há uma pequena produção literária sobre o assunto. Precisa refletir, construir, escrever, para conceituar essa prática. Ele é um professor diferente daquele da sala de aula, porque não está na escola, não está trabalhando com crianças “saudáveis”, que podem fazer tudo a qualquer tempo. Enfim, é isto, do ponto de vista educacional, social e humano, o que denominamos, pesquisamos e acreditamos ser o papel da Pedagogia Hospitalar.

*Doutora em Educação pela UERJ; Especialista em Regulação de Aviação Civil da ANAC e Supervisora Educacional no Município de São Gonçalo (RJ). E-mail: rejane_fontes@yahoo.com.br.

Um olhar sobre a EJA


     A educação de jovens e adultos (EJA) é vista como uma forma de alfabetizar quem não teve oportunidade de estudar na infância ou aqueles que por algum motivo tiveram de abandonar a escola. O principal objetivo da Educação de Jovens e Adultos é: de auxiliar cada individuo a tornar-se tudo aquilo que ele tem capacidade para ser.
Por conseguinte, se faz necessário hoje a capacitação continuada em todas as fases da vida, e não somente durante a infância e a juventude.
O processo de educação no indivíduo tem três dimensões sendo estes: a individual, a profissional e a social. A primeira considera a pessoa como um ser incompleto, que tem a capacidade de buscar seu potencial pleno e se desenvolver, aprendendo sobre si mesmo e sobre o mundo. Na profissional, está incluída a necessidade de todas as pessoas se atualizarem em sua profissão, todos precisam se atualizar. No social (sendo este, a capacidade de viver em grupo), um cidadão, para ser ativo e participativo, necessita ter acesso a informações e saber avaliar criticamente o que acontece. (IRELAND, 2009, p. 36).
Desta forma, não basta somente capacitação dos alunos para futuras habilitações nas especializações tradicionais. Trata-se de ter em vista a formação destes para o desenvolvimento amplo do ser humano, tanto para o mercado de trabalho, mas também

Conhecendo Paulo Freire

"Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo".

Paulo Reglus Neves Freire (Recife, 19 de setembro de 1921São Paulo, 2 de maio de 1997) foi um educador e filósofo brasileiro. Destacou-se por seu trabalho na área da educação popular, voltada tanto para a escolarização como para a formação da consciência política. Autor de “Pedagogia do Oprimido”, um método de alfabetização dialético, se diferenciou do "vanguardismo" dos intelectuais de esquerda tradicionais e sempre defendeu o diálogo com as pessoas simples, não só como método, mas como um modo de ser realmente democrático. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da Pedagogia[1], tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica. A sua prática didática fundamentava-se na crença de que o educando assimilaria o objeto de estudo fazendo uso de uma prática dialética com a realidade, em contraposição à por ele denominada educação bancária, tecnicista e alienante; o educando criaria sua própria educação, fazendo ele próprio o caminho, e não seguindo um já previamente construído; libertando-se de chavões alienantes, o educando seguiria e criaria o rumo do seu aprendizado. mundial


  • Biografia 
Na adolescência começou a desenvolver um grande interesse pela língua portuguesa. Com 22 anos de idade, Paulo Freire começa a estudar Direito na Faculdade de Direito do Recife. Enquanto cursava a faculdade de direito, casou-se com a professora primária Elza Maia Costa Oliveira. Com a esposa, tem teve cinco filhos e começou a lecionar no Colégio Oswaldo Cruz em Recife.
No ano de 1947 foi contratado para dirigir o departamento de educação e cultura do Sesi, onde entra em contato com a alfabetização de adultos. Em 1958 participa de um congresso educacional na cidade do Rio de Janeiro. Neste congresso, apresenta um trabalho importante sobre educação e princípios de alfabetização. De acordo com suas idéias, a alfabetização de adultos deve estar diretamente relacionada ao cotidiano do trabalhador. Desta forma, o adulto deve conhecer sua realidade para poder inserir-se de forma crítica e atuante na vida social e política. 
No começo de 1964, foi convidado pelo presidente João Goulart para coordenar o Programa Nacional de Alfabetização. Logo após o golpe militar, o método de alfabetização de Paulo Freire foi considerado uma ameaça à ordem, pelos militares.Viveu no exílio no Chile e na Suíça, onde continuou produzindo conhecimento na área de educação. Sua principal obra, Pedagogia do Oprimido, foi lançada em 1969. Nela, Paulo Freire detalha seu método de alfabetização de adultos. Retornou ao Brasil no ano de 1979, após a Lei da Anistia.
Durante a prefeitura de Luiza Erundina, em São Paulo, exerceu o cargo de secretário municipal da Educação. Depois deste importante cargo, onde realizou um belo trabalho, começou a assessorar projetos culturais na América Latina e África. Morreu na cidade de São Paulo, de infarto, em 2/5/1997.
  • Obras do educador Paulo Freire:
• A propósito de uma administração. Recife: Imprensa Universitária, 1961.
• Conscientização e alfabetização: uma nova visão do processo. Estudos Universitários – Revista de Cultura da Universidade do Recife. Número 4, 1963: 5-22.
• Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1967.
• Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1970.
• Educação e mudança. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1979.
• A importância do ato de ler em três artigos que se completam. São Paulo: Cortez Editora, 1982.
• A educação na cidade. São Paulo: Cortez Editora, 1991.
• Pedagogia da esperança. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1992.
• Política e educação. São Paulo: Cortez Editora, 1993.
• Cartas a Cristina. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1974.
• À sombra desta mangueira. São Paulo: Editora Olho d’Água, 1995.
• Pedagogia da autonomia. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1997.
• Mudar é difícil, mas é possível (Palestra proferida no SESI de Pernambuco). Recife: CNI/SESI, 1997-b.
Pedagogia da indignação. São Paulo: UNESP, 2000.
• Educação e atualidade brasileira. São Paulo: Cortez Editora, 2001.
  • ALGUMAS CITAÇÕES DO AUTOR:



"Se a educação sozinha não pode tranformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda."


"Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão".


"Verdades da Profissão de Professor
Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho.
A data é um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e não apenas “galinhas”. Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda".


"Não há saber mais ou saber menos: Há saberes diferentes".

“Não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho.”


"A leitura do mundo precede a leitura da palavra".

"(...) todo amanhã se cria num ontem, através de um hoje (...). Temos de saber o que fomos, para saber o que seremos”


-Leia também:

Por: Érica Ribeiro

CORUJA O SÍMBOLO DA PEDAGOGIA. POR QUÊ?



As corujas são os símbolos da filosofia e da pedagogia devido à inteligência, argúcia, astúcia, sensibilidade, visão e audição super potente das corujas. A coruja tem visão 180% superior ao do homem. Ela enxerga tudo ao seu redor apesar de ser daltônica, não identificando a cor vermelha, e poder mexer completamente a cabeça (gira-a para todos os lados, pois tem os olhos completamente separados). É muito difícil enganá-la, ela percebe "segundas intenções".É muito difícil criá-la em cativeiro, sendo uma ave muito ligada a sua família, não abandona os filhos em hipótese alguma, sendo o macho quem cuida dos filhotes e a fêmea é quem sai par caçar.Existem diversas representações para este símbolo, a Coruja, no que se refere as representações para a Filosofia e Pedagogia; no entanto, podemos observar na figura símbolo:


1º) A cabeça da coruja possui um formato ovalado, quase arredondado, que faz imaginar a figura do globo terrestre. Isso permite considerar que a formação do pedagogo é para todos os cantos do mundo. É universalista, pluralista;
2º) Acima dos olhos e abaixo da cabeça a penugem do pássaro forma uma semelhança de letra “V”, que pode ser interpretada como a primeira letra da palavra “Vida”; afinal, o Pedagogo será o profissional apto a preparar o ser humano para a vida toda, não apenas para o saber;
3º) O olho direito está bem aberto e é formado de uma espécie de circunferência com escamas que fazem lembrar a representação de ondas concêntricas. E o olho esquerdo apresenta-se fechado Essa representação parece permitir a interpretação de que o pedagogo é aquele que precisa concentrar-se no conhecimento, na construção da própria personalidade, na reflexão, na formação de princípios (olho fechado). Um olhar para dentro (introspecção) e um olhar para fora (extrospecção), para o mundo (o olho direito) que se projeta para o futuro e irradia suas ondas de conhecimento para um além bem distante;
4º) O pássaro dá a impressão de mostrar-se com o peito aberto, estufado para frente. Isso pode representar a coragem, a ousadia que o pedagogo precisa assumir para levar em frente sua missão, suas metas, seus objetivos, frente às dificuldades profissionais suas e as dificuldades culturais, sociais e psíquicas dos seus educandos;
5º) Uma das asas do pássaro empunha um lápis que escreve sobre um livro que, por sua vez, está sobre outro livro. Hoje já existem símbolos da pedagogia que apresentam três livros. Isso pode significar que o ler e o escrever são as ferramentas que darão asas para o ser humano voar em busca de sua autorrealização e libertação. O Pedagogo é o iniciante deste processo porque ele começa a sua atuação nas primeiras séries da educação básica, mas continua por toda a educação fundamental e média até a superior. Um livro, pois, representa as séries iniciais, todas as séries da fundamental e média e o outro livro pode representar o nível superior que é onde o pedagogo vai buscar e construir sua ciência, as bases para sua prática e os fundamentos éticos para a construção de sua personalidade que será também espelho para os seus educandos;
6º) As garras do pássaro se afirmam com vigor na base que apóia seus pés. Isso permite significar a profundidade, a firmeza intelectual, cultural, pedagógica e moral que devem ser qualidades essenciais do pedagogo;
7º) Por fim, a cauda do pássaro apresenta uma clara conotação de elemento de equilíbrio para o pássaro. Assim também a pessoa do pedagogo deve primar-se pelo equilíbrio, pela personalidade segura pela capacidade de mediar as suas exigências pessoais e profissionais com dificuldades sociais que ele vai encontrar nas salas de aulas, escolas, familiares e colegas de profissão. O equilíbrio que, em ética se chama virtude da prudência, é justamente a balança que pesa nas proporções necessárias tanto o ardor do pedagogo na exigência de condições razoáveis para o exercício de sua profissão quanto no seu posicionamento ético de não trabalhar só pelo salário mensal e para a satisfação de suas necessidades puramente materiais.


 Por: Elaine Costa